quarta-feira, 4 de julho de 2012

Japamala (japa=repetição, mala=cordão)


Japamala, o que é?

Mala, em sânscrito, significa guirlanda, colar, terço ou simplesmente um "cordão de contas". Japa significa repetição, portanto japamala é uma forma de colar com 108 contas que é utilizado principalmente para a prática de repetição de mantras, com isso se obtém  concentração o que facilita a entrada em estado de meditação.  
O mais tradicional é que o mala possua 108 contas, mas existem malas com 54 ou 27 contas, ou seja, metade ou um terço de 108. Japa é uma excelente prática que reduz as flutuações da mente e  é aconselhado práticas diárias  para se atingir êxito na meditação. Japa pode ser feito verbalizado (vaikhárí), sussurrado (upamshu) ou mentalizado (manasika).
O japamala é um instrumento muito pessoal, toda a energia do mantra acaba se armazenando no mala. Essa energia armazenada faz com que a cada prática, a mente do sádhaka (praticante) se aproxime  mais do estado de meditação. O verdadeiro autoconhecimento só acontecerá se a meditação for realmente vivenciada, pois este é o caminho para a autorealização. Além de todas as energias intrínsecas dos mantras que permanecem no mala, a própria energia do sádhaka e do sádhana (prática) permanecem presentes no japamala.

Existem dois tipos principais de Mala:

-Mala ou Japamala: é feito de sementes (rudráksha, sândalo ou tulasi) e é utilizado para marcar o ritmo e o número das repetições de mantras. Através da repetição (japa), o mantra diminui a atividade dos pensamentos que normalmente são desordenados e agitados e direciona o foco mental do sádhaka para meditação. A utilização do mala é uma excelente ferramenta para obter uma boa concentração. Faça no mínimo um mala completo por dia, ou seja, 108 vezes o mesmo mantra.  Uma boa concentração poderá ser obtida fazendo 10 malas completos, 1080 mantras, mas não se assuste com este número, isso dura apenas poucos minutos e os resultados obtidos com a prática de japa valem o esforço. Esforce-se e busque manter uma prática de japa diariamente.

-Pushpamala:
guirlandas de flores perfumadas, oferecidas aos grandes Yogis e às deidades em cerimônias, em templos ou em altares. A oferenda de guirlanda de flores é muito usada em pújás. Tradicionalmente 108 flores compõem os pushpamalas que são oferecidas às deidades.

O ritmo de passagem de uma conta para outra varia de acordo com a velocidade em que o mantra é entoado ou mentalizado. Opte por vocalizar um mantra completo a cada exalação. 

Utilização:
Segure o mala com a mão direita e repouse sobre o dedo médio. Não é utilizado o dedo indicador para apoiar o mala,  pois o dedo indicador representa o próprio ego. Com o mala repousado sobre o dedo médio, utilize o dedo polegar para passar as contas. A mão direita fica elevada na altura do anáhata chakra, plexo cardíaco.
Quando o mala for muito grande devemos ter o cuidado de não o deixar encostar nem no chão e nem na sola dos pés. Para que isso não aconteça o japamala deve ser segurado com a mão esquerda e elevado na altura ou acima do umbigo, desde que não passe muito da linha do umbigo. Mãos e boca também devem estar limpas para a prática de japa utilizando japamala.
Inicie pela primeira conta após o Meru ou Sumeru (aquela conta que une o início com o fim, que fica por fora das demais contas e que é ornamentada com fios coloridos, geralmente vermelho). Ao chegar ao final gire e volte o japamala iniciando novamente um novo kála (ciclo) de mantras. O Meru indica que estão finalizadas as 108 repetições do mesmo mantra. Utilize a própria passada de retorno pelo Meru como a repetição do centésimo oitavo mantra. Após a passada pelo Meru, inicie novamente pela primeira conta após o Meru. É sempre dada uma volta antes de iniciar um novo ciclo, nunca feito de forma continua e cíclica.

Segue um vídeo com instruções de como utilizar corretamente o japamala:



Para guardar o seu mala de prática diária, utilize um pano limpo ou um saquinho de tecido. Guarde o japamala como se fosse um tesouro, com o tempo perceberá que realmente é. 


Mantra tem a função de despertar estados profundos de consciência. O sádhaka ao longo de suas práticas busca dia após dia livrar-se dos seus pensamentos impuros, emoções densas, ambições fúteis, ego e refinar o seu Ser; tudo isso para buscar a sua essência, o seu verdadeiro eu e evolução espiritual.
Sábios antigos vivenciaram estes estados de consciência e nos passaram em forma de mantra e práticas de meditação, por isso que através do mantra obteremos estes estados que estão latentes dentro de cada ser humano e que precisa ser despertado através de práticas de meditação. O mantra quando executado com mantra chaitanya (consciência profunda dos sons) atua como este gatilho que impulsionará o praticante até estes níveis de consciência. Mantra sem mantra chaitanya é inócuo. Busque praticar japa diariamente, pela manhã e pela noite, nos mesmos horários e no mesmo local. Disciplina e prática diligente são alguns dos caminhos para essa evolução.


_/\_ Namastê!

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