É conhecido que o Mala ou rosário usado em toda a Índia, e que se espalhou pelo mundo, tanto dentro da religião Hindu, como em outras religiões possui 108 contas. Este número “108” é um número sagrado, por diversas razões.
Estas razões são matemáticas e metafísicas. Os antigos indianos eram excelentes matemáticos. Não houve matéria no campo da Álgebra e da Geometria, que não tenha sido estudado por eles. Este número é produto de operações matemática precisas, por exemplo, se multiplicarmos 1 na primeira potência, por 2 na segunda potência, este resultado por 3 na terceira potência, teremos 108. isso porque o produto de 1 na 1, é 1, e de 2 na 2 é 4, e 3 na 3 é 27, portanto, 1 x 4 x. 27 = 108. Mas talvez a influência mais direta do número 108 não tenha apenas relação matemática, mas sagrada com os fonemas do “alfabeto” sânscrito e a divisão do cosmo, de tempo e espaço. Por sua vez, o alfabeto sânscrito possui 54 letras ou fonemas que são chamados masculinos, e 54 que são chamados femininos, sendo conhecidos como Shiva e Shakti, respectivamente, e que somados resultam em 108.
Há uma série de outras colocações que encheriam muitos livros. Vejamos, então, alguns aspectos e como eles dizem respeito ao número sagrado 108:
Portanto, estes 54 cruzamentos, sendo masculinos e femininos, resultam no número 108. Por conseguinte, este número 108 define o Sri Yanrta, bem como o próprio corpo humano.
Igualmente, o número nove é considerado um número sagrado para os Hindus, e se somarmos o número 108, da seguinte forma 1 + 0 + 8, teremos o número 9, que multiplicado por 12, também resultará em 108. Isso se deve pela ciência da numerologia, em que cada número e seqüência, bem como arranjos, possuem um significado profundo, além da objetividade que pretende dar a matemática vulgar.
O Chakra do coração, ou do vórtice de energia do Anahata, possui linhas de interseção. Os Vedas dizem que há 108 linhas de energia no Chakra do
coração, onde o Paramatma está residindo. É a partir do Chackra do coração que o Yogi atinge a iluminação do Sahasrara ou Chakra do auto da cabeça, cuja energia é levada pelo canal central ou Sushumna para a coroa da realização em Deus.
No corpo sutil há pontos de captação de energia. Estes pontos são chamados de Marmas, e são como pontos de interseção por sobre os Nadis ou canais de distribuição de energia. Os textos védicos afirmam que há 108 Marmas por sobre o corpo, e que têm reflexos no corpo físico e nas diversas funções vitais.
O tempo é dito que possui 108 sentimentos, os quais estão em número de 36 no passado, 36 no presente, e 36 no futuro. Esta relação da psicologia da percepção do tempo, no mundo finito, é considerada uma dilação do Akasha.
A astrologia védica ou Jyotish considera os 9 planetas visíveis, bem como as 12 casas das constelações, chamados de Manshas ou Chandrakalas. A relação de 9 x 12 é igual a 108. A palavra Chandrakala é composta de Chandra = lua, e Kalas, divisões do tempo. O diâmetro do sol é 108 vezes maior do que o da Terra.
Gopis do Senhor Krishna
Sri Krishna, o Senhor Supremo, protagonista do Bhagavad-gita, tinha 108
Gopis ou servas fixas, e 108 mil esposas. Isso é transcendental e não pode ser comparado com as coisas da paixão mundana e leviandade chula.
Relações diversas
O número 108 quando divido em porções fracionárias, possui 54, 36, 27, e 9. Então há Malas ou rosários com estas subdivisões, e o devoto faz os devidos arranjos para completar as 108 voltas.
Islamismo: no Islã, o número 108 é usado como representante de Deus.
Sikh: na tradição Sikh, o número 108 está presente nas suas mantas de lã, que possuem 108 nós na seqüência, além daqueles que estão nos seus Malas de japa.
Chineses: os budistas chineses, por notória influência da Índia, usam malas de 108 contas, que eles chamam de Su-chu, dividindo este Mala em 3 divisões de 36 contas.
Estágios da Alma: as Escrituras Védicas dizem que a alma possui 108 estágios na sua jornada por sobre a Terra, e se não atinge a liberação, deverá voltar para o seio de Paramatma e retornar mais tarde para uma nova jornada de 108 vidas.
Meru: em um Mala ou rosário, há uma pedra maior chamada de Meru. Ela não faz parte das 108 contas em seqüência, e marca o início e o fim de um Mala de Japa (canto do Mantra).
Pitágoras: para este filósogo grego, que bebeu da sabedoria dos matemáticos indianos, em viagens que fez para o continente indiano, como facilmente podemos ver na sua biografia, dizia que o número 9 era o limite para todos
os números. Todos os outros números existem e vêm do mesmo, isso é, de 0 a 9, e com estes números pode-se fazer uma quantia infinita, nos seus diferentes arranjos.
Upanishadas: há 108 Upanishads principais. Estes Upanishads estão agrupados em categorias dentro de os Vedas. O agrupamento destes textos sagrados está conforme a seguir:
Rig-veda (10): Aitareya , Atmabodha, Kaushitaki, Mudgala, Nirvana, Nadabindu, Akshamaya, Tripura, Bahvruka, Saubhagyalakshmi.
Yajurveda (50): Katha, Taittiriya , Isavasya , Brihadaranyaka, Akshi, Ekakshara, Garbha, Prnagnihotra, Svetasvatara, Sariraka, Sukarahasya, Skanda, Sarvasara, Adhyatma, Niralamba, Paingala, Mantrika, Muktika, Subala, Avadhuta, Katharudra, Brahma, Jabala, Turiyatita, Paramahamsa, Bhikshuka, Yajnavalkya, Satyayani, Amrtanada, Amrtabindu, Kshurika, Tejobindu, Dhyanabindu, Brahmavidya, YogakundalinI, Yogatattva, Yogasikha, Varaha, Advayataraka, Trisikhibrahmana, mandalabrahmana, Hamsa, Kalisantaraaa, Narayana, Tarasara, Kalagnirudra, Dakshinamurti, Pancabrahma, Rudrahrdaya, SarasvatIrahasya.
SamaVeda (16): Kena, Chandogya, Mahat, Maitrayani, Vajrasuci, Savitri, Aruneya, Kundika, Maitreyi, Samnyasa, Jabaladarsana, Yogacudaman, Avyakta, Vasudevai, Jabali, Rudrakshajabala.
Atharvaveda (32): Prasna , Mandukya, Mundaka, Atma, Surya, Narada-Parivrajakas, Parabrahma, Paramahamsa-Parivrajakas, Pasupatha-Brahma, Mahavakya, Sandilya, Krishna, Garuda, Gopalatapani, Tripadavibhuti-mahnarayana, Dattatreya, Kaivalya, Nrsimhatapani, Ramatapani, Ramarahasya, HayagrIva, Atharvasikha, Atharvasira, Ganapati, Brhajjabala, Bhasmajabala, Sarabha, Annapurna, Tripuratapani, Devi, Bhavana, Sita.
Com certeza, a conclusão do que vem a ser o número sagrado 108 deve-se aos Vedas, e a forma como os textos e métrica védica está a escrever os sagrados ensinamentos da Suprema Personalidade de Deus.
Há um livro escrito por Khurana, que dá as explicações que espelham bem estas colocações da métrica védica.
Diz ele, um círculo possui 360 graus, os quais quando multiplicados por 60 resultam em 21.600 minutos num círculo. O número 60 advém de 60 Ghatis, os quais são sagrados. Um Ghati é igual a 24 minutos, 60 Ghatis são 24 horas, a divisão de um dia.
Um Ghati é dividido em 60 partes ou Palas. Então, estes Palas multiplicados por 60 resultam em 3.600. Este valor multiplicador por 60, por um Pala contém 60 Vipalas, resulta, novamente, em 21.600.
A metade deste valor é a fase do dia, e a outra metade a fase da noite.
Então, 21.600 dividido por 2, resulta em 10.800. Para fins práticos, usa-se 108. Este ritmo ajuda a controlar o ritmo do tempo, bem como do espaço, permanecendo em harmonia com a natureza e a forma como ela se regula.
Um passatempo do Srimad Bhagavatam e do Tantra Shastra
Há uma história védica, chamada de “108 Pithas” ou lugares sagrados, onde há um passatempo do Senhor Shiva e Sati Devi. Esta história está completa no 4º Canto do Bhagavata-purana. O passatempo narra que o Senhor Shiva estava sempre em profunda meditação. O Seu asceticismo estava gerando um grande calor por sobre o universo. Por conseguinte, toda a existência estava correndo enorme perigo, e o Senhor Brahma (Seu pai), interferiu diante de Maa Shakti Devi, a mãe do universo, para que usasse seu poder, no sentido de seduzir o Senhor Shiva e demovê-Lo da Sua posição. Então Maa Shakti concordou, e que iria nascer como Sati, filha de Sri Daksha. O Senhor Shiva havia ficado muito impressionado com o asceticismo de Sati, e com Sua extraordinária beleza. Então Ele retornou a forma humana e casou-Se com Ela. Anos mais tarde, numa festa, o pai de Sati Devi insultou o Senhor Shiva. Sati ficou tão humilhada que entrou em profunda meditação, tendo em vista imolar-Se. O Senhor Shiva ficou com o Seu coração despedaçado. Ele chegou até o local do sacrifício de fogo, e tentou interferir agarrando o corpo de Sati, levando-A para o céu. Mas na medida em que fazia isso, 108 pedaços do corpo de Sati Devi caíram e Se espalharam por sobre a Terra. Eram 108 pedaços, que tornaram os locais onde caíram inteiramente sagrados. Desde esta época estes locais são adorados e fonte de constante peregrinação.
Namastê!




.jpg)


Nenhum comentário:
Postar um comentário